Primeiros passos para estudar em Madrid

(ATUALIZADO EM JUNHO/2015)

Ok, você já decidiu vir estudar em Madrid. O primeiro passo foi dado, mas tem muitos outros pela frente. Sempre digo que não se pode desanimar com a burocracia, porque ela costuma ser bem chatinha, mas essa fase passa – e é substituída por outras com mais burocracia, mas nada que não possa ser superado. Por isso, ânimo!!

Primeiro passo: ¿Hablas español?

Se você vem estudar na Espanha, você precisa falar espanhol. Não, portuñol não conta! Você pode até se virar na hora das compras ou na balada, mas na universidade é mais complicado. O professor fala rápido, as funcionárias da secretaria não costumam ser muito simpáticas, todos os livros são em espanhol e as provas e trabalhos também devem ser em espanhol. Ou seja, é melhor chegar aqui no mínimo com um nível intermediário.

Algumas universidades exigem que os alunos estrangeiros (oriundos de países onde o espanhol não é o idioma oficial) tenham nível avançado ou fluente de espanhol. No meu caso, o máster da UCM que eu vim fazer exigia isso e eu tive que apresentar o meu DELE (Diploma de Español como Lengua Extranjera), sobre o qual eu falarei um pouco mais adiante nesse post.

Uma leitora do blog que está vindo para cá em setembro (hola, Renata!) me contou que o máster dela, também na Complutense, exigia algum comprovante de que ela tinha, no mínimo, nível B1 de espanhol. Como ela não tinha o DELE, mas um diploma de uma escola de idiomas, ela enviou o certificado e eles aceitaram.

Consultei o pessoal da Belta (Brazilian Educational & Language Travel Association) e aqui vai o que eles me explicaram por e-mail: “O DELE não é obrigatório para ingressar em um curso de pós-graduação na Espanha, mas o aluno precisa ter um nível intermediário de Espanhol.  As Universidades normalmente oferecem seus próprios testes do idioma e algumas isentam o aluno desse teste, caso o mesmo tenha o DELE. Em outros casos, se o estudante não tem nenhum certificado que comprove isso, é necessário, geralmente, fazer uma entrevista via Skype com um membro da escola, que avaliará o nível do aluno”.

Outras universidades não chegam a exigir nenhum diploma de proficiência. O que pode ser bom para quem quer vir logo, mas acaba dificultando um pouco na hora em que o aluno chega aqui.

Minha dica

Sei que a ansiedade é grande para vir para cá porque já passei por isso, mas às vezes vale mais a pena adiar um pouco o embarque para se dedicar a aprender espanhol. Se a universidade onde você pretende estudar exige o DELE, não há saída: o jeito é estudar. As provas no Brasil acontecem quatro vezes ao ano: em abril, maio, outubro e novembro.

Normalmente, as universidades exigem o nível avanzado, que corresponde ao B2. Para saber mais sobre os níveis, leia aqui.

O preço é um pouco alto: R$ 385 para o nível C1 por isso é melhor estudar e garantir a aprovação já na primeira tentativa. A vantagem do DELE é que ele não expira: uma vez que você foi aprovado, você tem o exame pra vida inteira.

Prazos para inscrição

O calendário escolar na Espanha é diferente do brasileiro. Aqui, o ano escolar começa em setembro (ou outubro) e há mais ou menos três períodos de férias: duas semanas entre o Natal e o Dia de Reis, que é no dia 06 de janeiro; a Semana Santa e o verão, entre os meses de julho e agosto.

As universidades atualmente contam com dois prazos de inscrição: o primeiro vai até junho e o segundo, que só abre se ainda tiverem vagas, acontece em setembro. Para se inscrever, o processo é relativamente simples, pelo menos no caso da UCM. É preciso enviar alguns documentos escaneados, como passaporte, diploma, histórico escolar, currículo, diploma de espanhol, entre outros. Os documentos exigidos vão depender da universidade e do máster, já que alguns têm exigências específicas.

Nesse primeiro momento, eles aceitam os documentos originais escaneados. Depois, caso você seja aprovado e se matricule, esses documentos terão que passar por alguns procedimentos que vou detalhar em outro post.

Depois de fazer a inscrição em um dos prazos, eles irão divulgar a lista de aprovados entre 10 e 20 dias depois do último dia daquele prazo. Por exemplo: no caso da Complutense, o prazo deste ano termina no dia 30 de junho e a lista de aprovados sai no dia 13 de julho.

MINHA DICA

A melhor coisa a se fazer é se inscrever no primeiro prazo, por dois motivos:

1) Se não te aprovam, você pode tentar de novo em setembro. Além disso, pode não haver convocatória em setembro caso todas as vagas sejam preenchidas nas duas convocatórias anteriores.

2) Esse é, para mim, o motivo mais importante. Ser aprovado em um máster pode representar um longo e burocrático caminho que custa tempo e dinheiro. Por isso, quanto antes você tiver a certeza de que virá, melhor será.

No meu caso, os documentos tiveram que ser legalizados pelos Ministério das Relações Exteriores, pelo Consulado da Espanha e passaram por tradução juramentada. Tudo isso leva, no mínimo, praticamente um mês. Depois há o pedido do visto, procura pelo seguro-saúde, compra da passagem, buscar apto. É muita coisa!! Isso sem contar o nervosismo de estar indo morar em outro país, sem conhecer ninguém. Por isso, quanto mais tempo, menor será o stress, rs!

Mas atenção: nem todos os másters são assim. Alguns exigem menos documentos e, por isso, o processo é bem mais tranquilo. Se informe sempre antes com a universidade.

Esses são os primeiros passos para quem pensa em estudar por aqui. Sobre a parte mais burocrática, eu volto em um post logo, logo; assim como um post sobre as melhores universidades espanholas e as diferenças do sistema educacional daqui em relação ao brasileiro.

Outros post sobre o tema:

Ciências Sem Fronteiras na Espanha
– Estudar na Espanha por meio de universidades parceiras no Brasil
– MBA na Espanha

11 Comentários

  1. Douglas · · Responder

    Sensacional seu blog! Esta me ajudando muito! Obrigado

    1. Douglas, ganhei o dia!! Obrigada! Depois volta aqui para contar sua experiência em Madrid! 🙂

  2. […] Os dois me falaram que até o ano passado não havia exigências em relação ao espanhol, mas parece que a coisa mudou neste ano para esse programa específico. Como eu já disse antes, cada programa tem suas regras e, na minha opinião, se você pensa em morar na Espanha em algum momento, a melhor coisa a fazer é começar pelo idioma – sobre isso, eu falei nesse post. […]

  3. […] – Primeiros passos para estudar em Madrid – aqui […]

  4. […] Quero estudar em Madrid: o que é exigido para fazer pós-graduação? Como me inscrever? Preciso ter espanhol […]

  5. bruna · · Responder

    Ooi…preciso de ajuda! Moro e curso medicina na bolivia e quero transferir pra madrid meu curso! No sites nao acho muita informaçao.. Quero ir pra qualquer facul q me aceite. Me ajude. O q tenho q fazer?

    1. Oi, Bruna

      Tudo bem? Não sei como funciona na prática esse processo, porque não conheço ninguém que tenha passado por isso; mas acredito que cada universidade tem um processo diferente, ou seja, o melhor seria você olhar as que te interessam porque não há uma maneira de se candidatar a “todas” ou “qualquer uma”. No caso da Complutense, por exemplo, eu achei esse link: https://www.ucm.es/continuar-estudios-iniciados-en-el-extranjero Boa sorte!

  6. Jos Arcega · · Responder

    Bom dia, você poderia me passar algum contato seu para eu fazer algumas perguntas, é meio urgente sabe haha Estou querendo estudar na espanha e tenho muitas perguntas pra você rs, obrigado

    1. Oi, Jos! Você pode mandar um email para mim no estoesmadridmadrid@gmail.com 🙂

  7. […] sua universidade aí no Brasil, para fazer MBA, participar do Ciência Sem Fronteiras ou até mesmo vir por conta própria, com a cara, a coragem e todos os gastos que isso […]

  8. […] Vamos a uma simulação para vocês terem uma ideia, tendo como base a Universidade Complutense de Madrid e os preços para um curso que começa agora em setembro, ou seja, ano letivo 2015/2016 (para entender o calendário escolar espanhol e os prazos de matrícula, leia esse post) […]

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